terça-feira, 19 de novembro de 2013

Você conhece a história do guardanapo?

Peachtree Images Atl., Ga  Amber's wedding table
Você sabia que antes do aparecimento do guardanapo, cachorros e coelhos eram utilizados para limpar as mãos dos comensais, já que o padrão medieval era o de comer com as mãos? E que os nobres mais abastados (ricos) levavam escravos para limparem as mãos em seus cabelos?
No início da Idade Média, o uso do guardanapo ainda não estava generalizado, embora a toalha de mesa já existisse. Os convivas limpavam as mãos e a boca à toalha. Foi no século XIII que surgiram as touailles, pedaços de pano suspensos das paredes, que os convivas utilizavam à vontade e que serviam posteriormente para tapar os restos de comida. Seguiram-se as toalhas individuais de linho ou de algodão, bordadas. Trazia-se, então, a toalha ao ombro ou sobre o braço esquerdo.
Com a moda dos morangos, no tempo de Henrique III, adquiriu-se o hábito de atar a toalha ao pescoço. Mais tarde, nas mesas das cortes reais, apareceram os guardanapos de pano aquecidos e mesmo perfumados. Nos princípios do século XIX, grandes guardanapos começaram a fazer parte do ambiente burguês, sobretudo para a proteção do vestuário durante as refeições.
guardanapo
Neste período começa-se então a dobrar o guardanapo, como decoração de mesas de banquetes. Por volta de 1850, esta arte desaparece para ressurgir mais tarde, nos fins do século XIX. Durante as 1ª e 2ª Guerras Mundiais esta decoração de mesa é posta a parte. Nos anos 50, do século XX, conquistada a paz e o bem-estar e o retorno à atividade criativa favorece o retorno do guardanapo como elemento decorativo. Aparecem então as dobragens, que derivam diretamente do “origami”, antiga arte japonesa de dobragem de papel.
No final do século XVI é que as pessoas começaram a usar toalhas de linho nas mesas. Não se usavam guardanapos. Nessa época, as pessoas ainda comiam com os dedos e, naturalmente, as pontas das toalhas de mesa – juntamente com pedaços de pão – eram usadas para limpar dedos e bocas engorduradas.
Uma toalha de mesa era trocada várias vezes durante uma refeição e, quando postas de forma diagonal, suas pontas eram até mesmo enfiadas nos colarinhos.
Great idea to put a rose in this foldEntre 1482 e 1993, na corte de Ludovico Sforza, o Mouro – Duque de Milão, Leonardo da Vinci criou o guardanapo para proteger as toalhas de linho, que eram danificadas por dedos e louças engorduradas. Ele exercia muitas funções, como engenheiro, arquiteto e, sobretudo como organizador de festas. Ao mesmo tempo em que pintava “Virgem dos Rochedos”, obra que muito contribuiu para sua glória, se preocupava com a suntuosidade das festas. Em 1490, 13 de janeiro, Leonardo da Vinci organizou a famosa festa chamada “O Paraíso”, criando toda a decoração e o cerimonial.
Nessa época, ele se preocupou em especial com as toalhas de mesa do Senhor Ludovico que se apresentavam muito sujas, após os eventos. Criou, então, uma solução para o problema: um pano individual, colocado diante de cada conviva, que deveria ser usado no lugar da toalha de mesa – o GUARDANAPO. Nenhum convidado soube usar o guardanapo e, depois do repasto, a toalha de mesa estava tão suja como de costume. Leonardo confessou sua angústia e pensou que seu invento jamais chegasse a ter aceitação. Elaborou, então, para os Sforza, um catálogo de boas maneiras à mesa: “Não colocar a cabeça em cima do prato para comer, não cuspir, não colocar as pernas sobre a mesa, não tirar comida do prato do vizinho, usar o guardanapo para não sujar a mesa”. Após a invenção de Leonardo da Vinci os serviços de banquetes determinaram o uso de toalhas com bordas removíveis, eliminando a necessidade de trocar a toalha inteira (origem do “napperon”).
O guardanapo era conhecido nos banquetes medievais. Eram, então, grandes, luxuosos, franjados, semelhantes, em tamanho, de toalhas de banho e pendurados no braço esquerdo do comensal ou sobre o seu ombro esquerdo.
Como dobrar guardanapos
Na Idade Média, até 1453, era costume limpar os dedos na toalha e não era comum o uso do guardanapo. Erasmus de Rotterdam, em 1530, ensinava no seu livro de etiqueta: “Não é polido lamber os dedos e nem limpar os dedos gordurosos na túnica. Devem-se limpar os dedos no guardanapo ou na toalha de mesa”. “Se um guardanapo é oferecido, coloque-o no ombro esquerdo ou no braço esquerdo”. “Se alguém lhe pedir que passe a faca, limpe-a antes no guardanapo”.
Guardanapos
Na Roma Antiga eram oferecidos dois guardanapos aos convidados. Um para amarrar em volta do pescoço e outro para limpar os dedos. Geralmente cada convidado trazia para o banquete pelo menos um guardanapo. Seu valete usava esse guardanapo para embrulhar o alimento que lhe era oferecido para levar para casa depois da festa.
Ben Johnson em 1616 citou em seu livro “The Devil is an âne,” que os garfos haviam surgido na Itália e foram levados para a Inglaterra para alívio dos guardanapos. Montaigne confessou que preferia comer com as mãos. Disse ele: “Posso jantar sem a toalha de mesa, mas fico desconfortável sem um guardanapo limpo; à moda alemã, preciso do guardanapo mais do que os alemães ou os italianos, e faço pouco uso da colher e do garfo”.
Quando se comia com as mãos, lavá-las ou limpar os dedos frequentemente era necessário. Em muitas sociedades os comensais limpavam os dedos nos próprios cabelos ou nos cabelos dos escravos que acompanhavam os seus senhores. 
guardanapos
Na época em que era costume dividir o mesmo copo e a mesma colher, era delicado limpá-los no guardanapo antes de passá-los aos companheiros.
Quando a colher passou a ser usada por todos, mas o prato de iguarias era comunitário, tornava-se polido limpar a colher cada vez que fosse usada para pegar o alimento. Os livros de etiquetas já recomendavam que não se sujassem muito os guardanapos. 
Autumn napkin ring
Em meados do século XVII, os guardanapos saíram do braço esquerdo e do ombro para cobrir a frente do corpo. Amarravam-no no pescoço para proteger as condecorações ou colares usados também pelos homens. Nos primórdios do século XIX, eles ainda eram muito grandes, com cerca de 90 cm de borda, e colocados no colo. Era considerado elegante não desdobrá-lo completamente no colo. O uso de amarrá-lo ao pescoço tornou-se, nessa época, modos da classe inferior. Representava sempre atitude de pessoas com grande apetite, sem o refinamento da busca do convívio e da comunicação durante as refeições.

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